terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Tragédia da Introspecção! Marinho Soares

Tenho observado um uso frequente por crentes da prática constante da introspecção como base para seu avanço e crescimento espiritual.
Sempre amei a palavra que está no Salmo 139:23-24 “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno”.
Percebe-se que o salmista diz para o Senhor sondar. O Senhor conhecer o coração dele. O Senhor olhar para dentro dele e para suas condutas. O Senhor dirigi-lo pelo caminho eterno. Não sou eu que olho para dentro de mim, não sou que faço sondagem (introspecção). Por que isto? Porque todas as vezes que eu mesmo olho para dentro de mim não vejo bem algum (Rm.7:18). Continuar olhando é tragédia e derrota anunciada!
Devocionando esta semana com o livro “A Vida Devocional na Tradição Wesleyana”, me deparei com uma citação muito preciosa sobre a vida de Wesley.
Steve Harper escreve “um dos erros mais notáveis de Wesley, chamado de devocionalismo derrotista, aconteceu por volta de 1732. As devoções de Wesley tomaram um rumo em direção ao extremo autoexame. Ele era preocupado com mensurar o próprio pulso espiritual. Atrás do diário Devocional, ele criou um sistema pelo qual ele poderia avaliar o progresso , ou mais precisamente, a falta dele. Isto foi realizado com o propósito de mensurar a vitalidade espiritual comparando-a a uma série de questões predeterminadas. Por exemplo: “pensei ou falei maldosamente de alguém?”. Para cada momento que wesley falhava em cumprir uma certa questão, ele colocava um ponto na tabela. No fim da semana, ele somava os pontos. O sistema o levou a focar nas faltas. Por fim, ele praticava um devocionalismo derrotista”. 
Ele caminhou por quase um ano com esta prática, mas logo percebeu o mal que fazia. Pois, a maioria de nós temos uma tendência quase natural ao negativismo e baixa autoestima. Então focar a vida devocional, a fé diária na introspecção, pode nos levar a autocomiseração, autopiedade e uma vida baseada nas emoções.
Harper conclui dizendo: “não deveríamos ignorar as áreas negativas de nossa vida, Deus deseja nos curar e restaurar. Precisamos compreender o pecado e a falha seriamente. Mas o exemplo de wesley nos lembra que encontramos formação espiritual positiva não por ampliar nossos problemas, mas por nos apropriarmos da graça de Deus”. 
Pratiquei este estilo de vida por muitos anos. Quem dera tivesse a mesma luz de Wesley e saísse deste fiasco bem antes. Mas graças à graça de Deus, tenho amadurecido e alcançado o entendimento de que, uma vez que confesso meus pecados sou realmente perdoado e curado. Não preciso voltar a sofrer por eles. Também preciso viver em paz com meus limites. Rir de meus micos. Preciso focar nas coisas boas de Deus para mim. Preciso exaltar o fato que Deus é bom, e quer me abençoar com sua bondade. Que Sua santidade, pureza, alegria e presença, devem ser naturalmente vividas por mim, por que Deus quer. Porque Ele deseja isto para mim. Aleluias!
Quanto mais me aproximo desta graça curadora, mais vida de Deus tem fluído! Que a vida de Deus flua em nós e através de nós! Amém!

Citações da página 24 do livro. Título do capitulo: O Homem realista!

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