"Todo o povo ouviu isso e o aprovou; de fato, tudo o que o
rei fazia o povo aprovava." 2 Sm 3:36
Observação:
Uma das coisas mais difíceis na liderança é ganhar
unanimidade. Hoje em dia tem até música dizendo que "toda unanimidade é
burra". Há um espirito de inquietação, uma rebeldia no ar, uma
insatisfação que não quer calar. É incrível que mesmo idéias boas são
questionadas. Coisas sãs e dignas não são aceitas. Neste texto vemos que pela sua vida, experiência, sabedoria e graça, Davi conquista uma posição
muito especial de aprovação. Ele era unânime!
Prática:
Lembro que no inicio do meu ministério pensava e
trabalhava pela unidade da igreja. Entendia que devia haver unanimidade no
ministério. À medida que fomos avançando, surgiu um momento em que a palavra
era "unidade na diversidade". Esta afirmação, que começou como um
principio de tolerância entre as mais diversas correntes do cristianismo,
acabou gerando um distanciamento do principio da unidade como unanimidade.
Então, passei a trabalhar desta forma. Podemos ter unidade na diversidade? Isto, tem se provado um sofisma. Hoje estou buscando novamente uma verdadeira
unidade. Uma unidade unanime. Uma unidade de propósitos que não fique à mercê de questionamentos deste ou daquele. Sinto que
enfraquecemos com esta "tolerância" dando espaço para os mais
diversos pensamentos e práticas dentro da igreja, muitas delas vindas de mentes
carnais, sem revelação nenhuma de Deus.
Oração:
Senhor, sei que não detenho o conteúdo da
verdade. Contudo, tenho o Senhor, a fonte de toda a verdade que me revela Sua
luz e que posso confiar naquilo que tenho recebido de Ti. Me ajudes a firmar
estas verdades e que alcance unanimidade no ministério que tenho desenvolvido,
em nome de Jesus. Amém!
Comentário por Daniel Owsley - Pr Brasília
ResponderExcluirÉ importante saber manejar esta verdade, sobre a unanimidade. Realmente existe um espírito de 'liberdade de expressão' no Brasil, como também observo nos EUA. Bem, lá vai uma reflexão minha sobre o assunto: Uniformidade, não a unanimidade, é "burra". Pois a uniformidade, como eu a entendo, é a conformidade passiva e mecanica a um padrão externo. Isto, sim, é "burra" pois a obediência externa sem o coração (o "ânimo" de unanimidade) remove a essencia do que é ser um ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. É algo externo, sem vida. Conformidade a um padrão externo é próprio do paganismo, não do cristianismo. Já, a unanimidade tem haver com "ânimo", uma união e unidade de espírito mesmo tendo opiniões e estilos bastante diferente, como no caso de Paulo e Barnabé, Paulo e Pedro, João e Pedro.
Mais um pensamento: Li semana passada a passagem em João 17, onde Jesus revela na sua oração a perfeita unidade entre o Pai e o Filho, e a unidade dos discípulos entre si, entre eles e o Filho, que é o mesmo de ter unidade com o Pai. Mas, ao meu ver, a unidade que Jesus tanto deseja para os seus discípulos, não é a uniformidade, e sim, uma união de espírito que se expressa em amor, evidentes em atos de bondade, graça, e misericórdia. Podemos ter opiniões diferentes sobre assuntos diversos do ensinamento cristão, e até os debater com força e energia, mas no final do dia, somos um. Jogamos no mesmo time. Somos soldados do mesmo exército. Fazemos parte da mesma família. Amamos uns aos outros e nos submetemos ao Cabeça da igreja, o Senhor Jesus.
Sobre a tolerância: Concordo que o espírito deste mundo perverso exige que nós toleremos aquilo que nunca podemos ou vamos tolerar. Por isso, como disse Jesus, o mundo nos odeia. Temos que resistir à perversidade deste mundo caído e corrupto, e, ao mesmo tempo, receber àqueles que o Senhor está transportando das trevas para a maravilhosa luz. No que tange o que devemos ou não tolerar, busco entender as atitudes de Jesus, pois em certas ocasiões ele foi tolerante (não queimou a cidade samaritana que o recusou, como insistiram os seus discípulos) e em outras ocasiões ele se demonstra intolerante (se o seu olho te ofende, corta-o fora).
Um abraço.
Daniel Owsley