sábado, 28 de janeiro de 2012

TEMPO DO DEVOCIONAL - Agapto Silva


Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto, e ele, que está em secreto, te recompensará” (Mt 6:6). 

Estamos vivendo o tempo do devocional. Reuniões, palestras, cultos, material didático, tudo tem nos mostrado a importância de termos um tempo a sós com o Senhor, bem como disciplinarmos nosso espírito para estudo e meditação da Bíblia. Até blogs já estão postados na rede mundial, onde são publicados devocionais de vários irmãos, todos muito bem elaborados, levando-se em consideração o modelo “topo”, que o nosso pastor nos ensinou.


Sem solidão, é impossível ter uma vida espiritual. Ela começa com um lugar e um tempo destinados apenas a Deus. É uma das disciplinas mais necessárias e tam-bém das mais difíceis. A solidão, ou solitude, deve ser nossa resposta à vida ocupada e preocupada. O principal inimigo da vida devocional é a inconstância. Estamos acostumados com rapidez e eficiência, pagar e receber, trabalho e salário, esforço e recompensa. Entretanto, a relação com Deus está em outro nível, em outra órbita. É gratuidade pura. Não podemos traçar rotas alternativas.

Devocional é uma graça recebida e uma disciplina a ser desenvolvida. Mesmo sendo graça e disciplina, é um processo lento e evolutivo como todas as experiências espirituais em nossa vida. É um aprendizado que dura a vida inteira. É graça porque não há nada que possamos fazer para que Deus se relacione conosco. É disciplina porque requer de nós disponibilidade para o encontro, prática exterior que o possibilite e prontidão para o aprendizado.

Sabemos que tudo é graça, e que o maior esforço que fazemos não pode produzir nada de vida em nós. Enfatizamos que a disciplina na vida devocional é tão-somente uma resposta de gratidão e amor ao nosso Deus, que já providenciou tudo para nós e quer que desfrutemos disso. Já que vida devocional também é disciplina, devemos examinar algumas que são importantes ou necessárias para ajudar-nos nesse caminho de dedicar um tempo para Deus e conhecê-lo na intimidade.

A disciplina da solidão é uma das mais poderosas para se desenvolver uma vida de oração. No início, o tempo de solidão poderá ser um tempo em que seremos bombardeados por milhares de pensamentos e sentimentos que emergirão dos cantos mais escondidos de nossa mente, e nos parecerá que estamos perdendo tempo. Porém, aos poucos, se houver fidelidade, perceberemos que divagamos menos, e que nossa mente se deixa dominar mais facilmente pelo espírito.

Neste mundo de ocupações, preocupações e frustrações, Jesus nos oferece solução, nova vida, vida abundante, vida no Espírito, vida num outro reino onde os valores são diferentes e as riquezas, eternas. Para viver essa nova vida que nos é oferecida gratuitamente, é necessário um esforço que não vai além da nossa força. Requer que, em alguns momentos do dia, na presença do Senhor, ouçamos sua voz em meio aos nossos muitos interesses. Requer passos planejados de disciplina e maneiras práticas e nada românticas de buscar as coisas do Reino em primeiro lugar. Se formos fiéis nesses passos, teremos cada vez mais fome e cada vez seremos levados a novas profundidades do Reino e, enfim, descobriremos como e onde seremos cidadãos realizados.

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